Secretário não cumpre liminar e pacientes com transtornos mentais ficam sem atendimento
Secretário de Saúde de João Pessoa, Adalberto Fulgêncio |
Dezenas de pacientes que sofrem de transtornos mentais estão sem qualquer tipo de atendimento ou assistência médica em João Pessoa. Isso está acontecendo porque o secretário de saúde da Capital, Adalberto Fulgêncio, não cumpriu uma liminar da Justiça, que obriga o município a encaminhar os pacientes para serem atendidos no Instituto de Psiquiatria da Paraíba (IPP), por meio do Sistema Único de Saúde, o SUS.
A liminar foi deferida no dia 18 de maio deste ano, pelo Juiz Aluízio Bezerra Filho, e o secretário Adalberto Fulgêncio foi notificado no dia 25 do mesmo mês, mas até agora não cumpriu a decisão da Justiça, e com isso 90 leitos, dos 160 existentes no IPP, estão desocupados, a espera que o secretário cumpra a decisão da Justiça e determine o encaminhamento dos pacientes com transtornos mentais para a Unidade de Saúde.
"Enquanto o secretário não cumpre o que a Justiça determinou, os pacientes estão sem quaisquer tipo de atendimento e acompanhamento médico e, sem a medicação, eles oferecem riscos aos seus familiares e a sociedade, e isso é muito preocupante", lamentou o presidente do Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Estado da Paraíba (SINDESEP PB, Roberto de Andrade Leôncio.
Instituto de Psiquiatria da Paraíba (IPP), em João Pessoa |
E como agravante para esta situação, segundo Roberto Leôncio, destaca-se o fechamento do Hospital São Pedro, em João Pessoa, o João Ribeiro, em Campina Grande, do Hospital de Cajazeiras, e a diminuição de leitos do Hospital Maia de Campina Grande. "Sabemos que depois disso os pacientes estão correndo riscos de praticar atos agressivos à população, inclusive da área da saúde, como, por exemplo, a médica que foi assassinada por um paciente no PAM de Jaguaribe, em João Pessoa, e demais casos ocultos, que não houve denúncia. Entendo que o destino desses pacientes poderá ser prisão ou cemitério", alertou.
Diante essa situação, segundo Roberto Leôncio, o Conselho Estadual de Saúde, no que se refere às leis 8080/90 e 8142/90, tem o dever de agir, especialmente, para que a população da Paraíba não fique desprotegida. Ele explicou ainda que um levantamento feito sobre a diminuição de leitos de pacientes com necessidades especiais no Brasil foi de 40%, enquanto que na Paraíba chegou a 80%, conforme levantamento realizado pelo Conselho Estadual de Saúde.
Fonte: Assessoria